Na maioria das vezes, a gravidez resulta no nascimento de apenas um bebê. Isso significa que um óvulo da mãe foi fecundado por um espermatozoide do pai. Assim, durante esse processo, o bebê receberá metade do seu DNA da mãe e a outra metade do pai.
No entanto, algumas gestações resultam no nascimento de mais de um bebê, como no caso dos gêmeos. Isso significa que, durante o período gestacional, a mãe carrega dois fetos ao mesmo tempo em seu útero. As razões exatas pelas quais os gêmeos se formam são desconhecidas, mas alguns fatores aumentam as chances, como:
• Certas etnias têm mais chances do que outras de ter gêmeos idênticos. Sabe-se que existem populações negras da África com uma genética favorável a essa característica, enquanto populações asiáticas, por outro lado, apresentam taxas muito mais baixas.
• A hereditariedade também é um fator a ser considerado. Por exemplo, se há gêmeos fraternos na família dos pais, a mãe tem maior probabilidade de produzir gêmeos fraternos.
• Além disso, tornar-se mãe entre 30 e 40 anos aumenta as chances de ter gêmeos fraternos, pois nessa idade é mais comum a liberação de múltiplos óvulos ao mesmo tempo.
• Certos procedimentos que auxiliam na fertilização também podem resultar em gêmeos, como quando os ovários são estimulados a produzir mais de um óvulo ao mesmo tempo, ou na fertilização in vitro.
Geralmente, existem duas formas pelas quais uma mãe pode ter gêmeos:
Gêmeos monozigóticos (gêmeos idênticos)
A primeira forma ocorre quando um único óvulo é fecundado por um espermatozoide e se divide em dois, produzindo gêmeos monozigóticos, também chamados de gêmeos idênticos. Nesse caso, como o nome indica, os gêmeos compartilham exatamente a mesma informação genética. Se forem idênticos, sempre serão do mesmo sexo — dois meninos ou duas meninas — e podem, infelizmente, compartilhar os mesmos problemas genéticos, alergias ou doenças.
Gêmeos dizigóticos (gêmeos fraternos)
A outra forma acontece quando dois óvulos distintos são fecundados por dois espermatozoides diferentes quase ao mesmo tempo. Os óvulos fecundados se desenvolvem separadamente no mesmo útero.
Nesse caso, os gêmeos são dizigóticos (gêmeos fraternos) e são semelhantes a quaisquer outros irmãos: compartilham apenas metade do DNA, o que os torna menos compatíveis como doadores de órgãos, por exemplo. Gêmeos fraternos podem ser do mesmo sexo ou de sexos diferentes, e muitas vezes são diferentes entre si, embora ainda assim possam se parecer, já que são irmãos.
É possível ter gêmeos com pais diferentes?
A resposta é sim. É possível que gêmeos fraternos tenham pais diferentes, formando meio-irmãos.
Isso ocorre quando dois óvulos da mesma mãe são fecundados por espermatozoides de pais diferentes num curto intervalo de tempo — isso é chamado de superfecundação heteropaterna. Para isso, a mulher deve ter relações sexuais consecutivas dentro de um período de 4 a 5 dias antes da ovulação. Como o espermatozoide pode sobreviver alguns dias no útero, é possível ocorrer fecundação dupla de dois óvulos. Neste caso, aplica-se a mesma lógica dos irmãos: compartilharão metade do DNA com a mãe e a outra metade dependerá do pai que fecundou cada óvulo.
Como verificar a paternidade de gêmeos?
Atualmente, com o DNA, é possível verificar a paternidade em caso de dúvida quanto aos gêmeos. Dependendo da situação, existem diferentes testes de DNA que podem ajudar, conforme os participantes disponíveis.
A análise genética é sempre baseada no mesmo princípio: a comparação dos perfis genéticos de pelo menos duas pessoas para determinar se o DNA é semelhante ou não.
Ainda assim, o teste não é infalível, e alguns tipos de análise oferecem resultados de vínculo parental mais confiáveis que outros.
Teste de DNA de paternidade
O teste de paternidade é o mais confiável. Ele pode confirmar com segurança se os gêmeos têm o mesmo pai ou não, com 100% de precisão para resultados negativos e 99% para positivos. Esse teste pode ser feito com amostras de saliva ou materiais não padrão, como fios de cabelo, unhas etc.
Para essa comparação genética, é essencial que o pai e os dois gêmeos participem do teste para que ele seja realizado com sucesso. Os resultados ficam prontos entre 3 a 5 dias após o recebimento das amostras e podem ser utilizados como prova legal em processos judiciais ou administrativos.
O teste de paternidade só pode ser feito após o nascimento. Não é possível realizar o teste durante uma gravidez múltipla.
Isso ocorre porque a amostra de sangue necessária para o teste pré-natal deve conter exclusivamente o DNA da mãe e de um único bebê, para que seja possível identificar com precisão. Quando há mais de um bebê no útero, os DNAs se misturam no sangue da mãe e interferem na análise, podendo gerar resultados incorretos.
Teste de gêmeos (teste de gemelaridade)
Uma alternativa para verificar se os gêmeos têm o mesmo pai é o teste de gemelaridade, que indicará se os gêmeos são idênticos ou fraternos.
Com uma amostra de saliva de cada gêmeo, o laboratório realiza uma análise comparativa para verificar se possuem o mesmo DNA. Assim como no teste de paternidade, a confiabilidade é alta, com precisão de 100% para resultados negativos e 99% para positivos.
Esse teste revelará se os gêmeos são idênticos ou fraternos, mas não indica se os gêmeos fraternos têm o mesmo pai biológico. Por dedução:
• Se forem gêmeos idênticos, compartilham o mesmo pai.
• Se forem gêmeos fraternos, o teste não informa se têm o mesmo pai.
Teste de fraternidade (irmandade)
O teste de fraternidade também pode ajudar a determinar a paternidade entre gêmeos. A análise genética de fraternidade fornece uma porcentagem de parentesco entre irmãos para indicar uma possível paternidade comum.
A peculiaridade deste teste é que ele não fornece uma resposta tão precisa quanto os anteriores, apenas uma estimativa percentual de relação, que deverá ser interpretada. Dependendo da combinação genética dos gêmeos, o resultado pode não ser conclusivo. Para evitar isso, recomenda-se incluir o DNA da mãe biológica ou de outros irmãos relacionados ao pai investigado.